domingo, 30 de março de 2008

A Cidade da Madrugada

Nas palavras do Poeta, és mulher, amor, navalha. Em mim, és repouso, doença, sonho, corpo maior.
Nínguém te olhou, crua e sumarenta como és, e enfim, todos te olharam... Ninguém te cantou como o Ary: "No castelo ponho o cotovelo em alfama descanso o olhar e assim desfaço o novelo de azul e mar. À Ribeira encosto a cabeça almofada da cama do Tejo com lençóis bordados à pressa na cambraia de um beijo. Lisboa menina e moça menina da luz que os meus olhos vêem, tão pura teus seios são as colinas, varina pregão que me trás à porta, ternura. Cidade a ponto luz, bordada toalha à beira mar, estendida lisboa menina e moça, amada Cidade mulher da minha vida. No Terreiro eu passo por ti mas da Graça eu vejo-te nua quando um pombo te olha sorri és mulher da rua. E no bairro mais alto do sonho ponho o fado que soube inventar aguardente da vida e medronho que me faz cantar. Lisboa no meu amor, deitada cidade por minhas mãos, despida lisboa menina e moça, amada cidade mulher da minha vida." José Carlos Ary dos Santos

O Povo das Estrelas

É aqui que me início...esta é a porta entre o corpo, a língua e o chão.
Aqui comemoro a utilidade da beleza de nascermos diferentes e nos oferecermos ao vento, habitando as cores, com o canto a aproximar o abraço que nos alimenta o sonho.
Aqui me torno parte das vozes de cada olhar...
Assim é, e que assim seja:
" O céu é o meu tecto; a terra a minha pátria e a liberdade é a minha religião."
De nós, ciganos, os nómadas-poetas, começa a música. Descalçem os sapatos que o baile vai começar...